quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Fruticultura e meteorologia

 Finalmente voltámos à quinta! O S.Pedro decidiu dar-nos tréguas e presentear-nos com uns belos, e já muito desejados, raios de sol. E cá estamos nós!
 Por cá mantém-se a ordem de trabalhos: Podas. A meteorologia atrasou um pouco esta tarefa, pelo que agora não há tempo a perder. Tesouras "em riste" e mãos à obra!
  E se foi o "S.Pedro" que nos fez estar ausentes nos últimos dias, é dele que hoje vamos falar. Há vários fatores que marcam e que podem comprometer a produção, sendo que o mais importante é, sem sombra de dúvida, a meteorologia. Não a podemos controlar, e se não nos for de feição, pode trazer muitos prejuízos.
  E se a meteorologia sempre foi um fator preponderante, de ano para ano tem-se notado cada vez mais o seu peso. As alterações climáticas em Portugal têm sido bem perceptíveis. Se há uns anos tínhamos 4 estações do ano bem definidas, hoje em dia, o cenário é um pouco diferente. Vemos invernos a iniciar tardiamente, secos, com temperaturas acima do normal e que passam repentinamente para verões quentes. As chuvas lá vão aparecendo de quando em vez, para alívio dos que trabalham e vivem da terra, mas poucas vezes satisfazendo as necessidades. Surgem quase como nos climas tropicais, de forma curta, mas agressiva. Muitas das vezes não regam, ou por ser em quantidade insuficiente ou por encharcar os terrenos e provocar cheias rápidas.
  Assim, os agricultores em geral têm que se ir adaptando a esta nova realidade, de forma a contorná-la e a produzir boas colheitas.
  Este ano as temperaturas acima do normal já fizeram das suas. As árvores começaram a rebentação mais cedo do que é esperado, e já são visíveis em muitos ramos os novos rebentos que, só após terminadas as podas e chegada a primavera deveriam aparecer.
  Estes rebentos vão levar a uma floração antes do tempo e mais vulnerável, já que a flor estará sujeita a intempéries (granizo e vento) próprias da época, e poderá não levar o seu papel avante, acabando por não frutificar.
   Assim, é importante que tudo venha a seu tempo, para que a natureza possa estar em todo o seu esplendor!

Fig.1: Flor de mirtilo

Fig.2: Flor de mirtilo a desabrochar

Fig.3: Rebentos de inverno






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