quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Poda em verde vs poda de inverno




  Na publicação anterior fizemos um apanhado daquilo que é a poda no geral, não entrando em grandes pormenores. Fizemos menção aos 2 tipos de poda que se podem classificar de acordo com a época em que são realizadas, mas não aprofundamos o assunto. Assim, decidimos hoje explorar o tema.
  Tendo em conta a altura em que se realizam, as podas podem ser designadas por: Poda em verde ou Poda de inverno. 
  A poda em verde ou poda de verão é realizada, como o próprio nome indica, em época de calor, após a colheita do fruto, e na fase de desenvolvimento vegetativo, ou seja quando a planta possui toda a sua folha e está no seu pleno vigor. Já a poda de inverno é feita após queda total da folha (na maioria das plantas) e no período em que as plantas se encontram em pousio vegetativo.
  A poda em verde é um trabalho muito minucioso, que carece de redobrada atenção. Serve de complemento à poda de inverno e permite expôr de forma mais favorável os seus ramos e folhas à luz e ao ar, proporcionando o arejamento da planta e levando ao aumento do vigor dos ramos remanescentes. É uma seleção criteriosa dos ramos que se apresentam mal inseridos.
  Para além disso, este tipo de poda é feito com o objetivo de "manipular" a produção. Uma planta podada em verde vai entrar no período de colheita mais cedo do que aquelas que, apenas foram podadas em seco, no inverno. Esta técnica já é antiga e está muito enraizada no mundo vinícola e também na poda das macieiras e pereiras. Ultimamente tem vindo também a ser adotada no cultivo do mirtilo, e é fácil de compreender a razão, uma vez que, e como é sabido, entre semanas pode haver uma variação muito significativa de preço neste mercado e que pode figurar um grande impacto na rentabilidade global da colheita.
  Resumindo, a poda de verão torna mais rápida e menos trabalhosa a poda de inverno e faz precipitar a rebentação de folhas e flores, fazendo com que a produção seja mais cedo, o que se traduz em ganhos financeiros para os produtores.

Macieiras podadas

Pereiras podadas
Mirtilos podados



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Poda de árvores de fruto

  

  
  As podas marcam o início do ano civil. Novo ano, nova imagem para as árvores, especialmente de fruto.
  Janeiro traz frio, as árvores entram no período de “hibernação” e surge a necessidade de restruturar a copa da árvore. É hora de pegar nas tesouras e partir para o pomar!
  A poda consiste num desbaste técnico e minuciosamente programado dos ramos das árvores. O objetivo principal na poda das árvores de fruto é a eliminação dos ramos que não irão produzir fruto de qualidade - por já o terem feito na colheita anterior. A seleção dos ramos a cortar tem de ser feita também, com o objectivo de “arejar” os ramos, isto é, permitir que haja espaço entre todos, impedindo que se cruzem ou se sobreponham e reservem lugar suficiente para que os frutos sejam de grande calibre e de boa qualidade. 
  Apesar de dizerem os entendidos que “o primeiro podador foi um burro”, a poda é bem mais do que uma técnica, é uma arte que para além de formação, exige algum bom senso e sentido de observação.  
  Cada árvore é diferente e por isso, árvores de fruto distintas não têm a mesma técnica de poda. O mirtilo é dos que tem uma técnica mais ímpar, o que pode ser explicado principalmente, por possuir um porte pequeno e ser considerado um arbusto. Também a mesma árvore necessita de técnicas de poda diferentes ao longo dos anos. Podar uma árvore com 2 anos, não é o mesmo que podar uma árvore com 10. O que é lógico de perceber, pois ao longo dos anos as árvores crescem, aumenta o número de ramos e estes tornam-se mais fortes. 
  Uma árvore não podada para além de ser visualmente pouco estética, vai comprometer a produção, levando a que o fruto seja de menor calibre e de fraca qualidade.

Mirtilo não podado
Mirtilo podado










Quanto à época em que se deve fazer, existem dois tipos de poda: a verde e a tradicional. A tradicional é a que se faz por estas alturas, tipicamente fria e que se faz posteriormente à queda da folha. Este desbaste, conjuntamente com os raios de sol primaveris, vão precipitar a rebentação de novas hastes, folhas e flores.
  A nível económico, os custos das podas para o fruticultor configuram, praticamente, só mão de obra, uma vez que no que concerne a material, são necessárias apenas tesouras. Existem duas grandes categorias: as tradicionais manuais e as pneumáticas habitualmente ligadas a tratores. Uma boa tesoura pode fazer toda a diferença, uma vez que um mau corte pode danificar o ramo e pode ainda tornar o manuseamento desconfortável ou até doloroso para o utilizador.
  Por isso, se está a pensar podar as suas árvores, informe-se primeiro! Podar é importante, mas uma poda mal feita pode comprometer a produção da próxima colheita!