A visita à Quinta desta semana pode resumir-se numa palavra: surpreendente!
E sim, estas duas imagens de macieiras foram registadas nesta visita, no mesmo terreno, no mesmo dia e à mesma hora.
Desde os incêndios que temos acompanhado com receio, ansiedade e alguma expectativa a transformação - ou ausência dela - por que as árvores queimadas têm passado. O inverno foi longo, o frio persistente e a primavera chegou tímida e por isso, só agora podemos começar a ter percepção de que danos realmente sofreram as árvores.
As macieiras que escaparam à fúria das chamas estão verdinhas e uma parte delas, até floriu, ainda que de forma escassa.
São várias as filas em que encontramos imagens como esta. Lado a lado, uma está completamente despida, outra coberta de flores e folhas.
As árvores despidas estão negras, fazendo contraste com o verde das ervas oportunistas. Olhando para os 2 troncos, parece não haver esperança no do lado direito...
Estes ramos queimados, a estalar e aparentemente secos apresentam uma espécie de descamação. Como se estivessem a morrer aos poucos... Ao observarmos este cenário aumenta o receio. Parece estar tudo perdido... Avançamos, e o caso muda de figura.O que encontramos é realmente surpreendente!
De um lado, um ramo chacinado pelo fogo e com sequelas profundas, de outro, um pequeno rebento de folhas que parece emergido da morte.
Mas... uma árvore nunca morre! E aí estão elas. Firmes, em pé e agarradas à terra com a mesma força com que se apresentavam antes do incêndio, parecendo travar uma árdua luta pela sobrevivência! Será que este processo é afinal uma "amostra" de vida e não de morte?
À semelhança do que acontece com a pele humana, parece estar a ocorrer um processo de regeneração, onde as células mortas dão lugar a um novo tecido.
Continuamos a percorrer o pomar e cada vez a nossa estupefacção foi aumentando.
Como é possível? É a dúvida que nos assalta. A Natureza é realmente impressionante. E não nos convençamos do contrário, porque não há maior força do que a dela.
Que o ciclo se complete. Que a resposta seja proporcional à investida sofrida. E que a Natureza reage com tanta força como a que foi atingida.
E é com esta imagem improvável que terminamos a visita à Quinta. Uma imagem de força e esperança!😊